Luiz Raphael com informações / Divulgação |
O Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde de SP descartou nesta quinta-feira (20) que a vacina contra Covid-19 tenha causado parada cardíaca em uma menina de 10 anos em Lençóis Paulista (SP).
A menina, que tem quadro clínico de asma, foi imunizada dentro do grupo prioritário na terça-feira (18) e começou a passar mal cerca de 12 horas depois. O pai da menina relatou a médicos que ela teve alterações nos batimentos cardíacos e chegou a desmaiar. Ela foi reanimada e ficou em observação na UTI.
Diante do quadro, a prefeitura decidiu suspender a vacinação de crianças por sete dias – período no qual a imunização seria feita somente com agendamento.
O caso foi submetido à Secretaria Estadual para ser investigado. As informações sobre o caso foram avaliadas por especialistas do Grupo de Trabalho em Eventos Adversos Pós-vacinação da Comissão Permanente de Assessoramento em Imunizações (GT-EAPV-CPAI).
Segundo o Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo, concluiu-se que a paciente tem uma pré-excitação no eletrocardiograma, característica da Síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW), condição congênita que leva o coração a ter crises de taquicardia.
Ainda conforme o órgão, algumas destas crises podem ter frequência muito alta, levando até a síncope ou mesmo morte súbita. Além disso, A WPW é mais comum causa de morte subida por arritmia ventricular. A menina permanece hospitalizada, em observação e estável.
Ministério de Saúde
Em nota, o Ministério da Saúde informou que foi notificado do caso e que a investigação foi realizada pela Secretaria de Saúde do município e Secretaria de Saúde do estado de São Paulo. “Os dados preliminares sugerem não haver uma relação causal com a vacinação. Estudos epidemiológicos de larga escala não indicam risco de arritmia associado à vacina”, informou.
A pasta ainda afirmou que monitora a ocorrência dos eventos adversos pós vacinação em parceria com as secretarias municipais e estaduais, tanto em crianças quanto nos adultos.
“Os registros de Eventos Adversos Pós-vacinação (EAPV) são notificados no Sistema e-SUS notifica pelos profissionais de saúde da rede pública, incluindo erros de imunização, seguindo o fluxo estabelecido pelo programa”.
“Ressalta-se que os eventos adversos pós vacinação muito raros, graves e óbitos são discutidos semanalmente no Comitê Interinstitucional de Farmacovigilância de Vacinas e outros Imunobiológicos (Cifavi), formado pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI/SVS), Gerência de Farmacovigilância (GFARM) da Anvisa, INCQS, além de especialistas com expertise em vacinologia e farmacovigilância de vacinas, incluindo especialistas em imunologia, infectologia, neurologia, cardiologia, reumatologia e pediatria, apoiando as secretarias estaduais. Neste comitê são avaliados se o EAPV tem ou não relação causal com a vacina”, finalizou a nota.