Redação com informações do IDR PR/Por: Maria Helena Marçal/Foto: Divulgação
A Oficina de Olericultura do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater) foi destaque em Londrina durante a última semana. Foram apresentados mais de 14 projetos inovadores que visam alinhar pesquisa e extensão rural para impulsionar o desenvolvimento do setor no estado.
Durante o evento, especialistas e agricultores compartilharam conhecimentos e experiências, buscando diretrizes e prioridades de pesquisa no segmento de olericultura. Manejo do Solo, qualidade da muda, nutrição, umidade, temperatura, luminosidade e sanidade são condições primordiais para o bom desenvolvimento da planta e para que responda com o melhor do seu potencial.
“Diminuir a morosidade e a penosidade na agricultura, em especial na cultura de hortaliças, faz parte das missões do Instituto”, afirma Vânia Moda Cirino, Diretora de Pesquisa do IDR-Paraná. “Podemos aumentar a produção de olerícolas no Estado se novas tecnologias forem disponibilizadas aos nossos produtores”, completou.
Entre os temas discutidos estavam: mandioca (manutenção e clones / melhoramento genético da cultura de mandioca de mesa e de indústria), batata (manejo conservacionista do solo e de nutrientes para a cultura da batata), hortaliças (avaliação de Sistema de Plantio Direto de Hortaliças), plantas medicinais (recursos genéticos de plantas medicinais, aromáticas e condimentares e desenvolvimento tecnológico de bioprodutos para controle de pragas e doenças) e tomate (desenvolvimento de novas estratégias de manejo de pragas do tomate).
Também foram apresentados estudos de máquinas e equipamentos para mecanização apropriada ao agricultor familiar que se dedica a produção de olerícolas em sistema de plantio direto.
Para o diretor de Extensão Rural do IDR-Paraná, Diniz Dias D’Oliveira, a integração entre teoria e prática é essencial para promover avanços significativos na produção de hortaliças no Paraná. “Vamos afinar os pontos de vistas e procurar manter um planejamento de integração entre as partes, da pesquisa para entrega da extensão. É uma grande oportunidade de escrevermos uma nova página para o Instituto”, afirmou.
O coordenador do programa de Olericultura, Humberto Godoy Androciolli, destacou que os desafios são constantes. Projetos importantes em andamento bem como suas resoluções sofreram vários reveses, como a pandemia e a paralisação por processos internos de ajustes. “Alguns deles estão aguardando a validação em campo para teste”, completou Humberto.
IMPORTÂNCIA – A olericultura desempenha um papel crucial na segurança alimentar e no desenvolvimento econômico do Estado. Com mais de 50 cultivos diferentes, a produção de hortaliças é uma fonte diversificada de alimentos frescos que enriquece a dieta da população paranaense, reduz a dependência de importações e promove a autonomia alimentar.
Além disso, a olericultura é um catalisador do desenvolvimento econômico, gerando empregos diretos e indiretos, especialmente em pequenas propriedades familiares. A questão ambiental também é uma prioridade, com práticas agrícolas sustentáveis sendo incentivadas para minimizar o impacto ambiental.
Durante o evento, foram destacadas várias prioridades de pesquisa para o setor, com destaque para batata, um dos cultivos mais importantes do Paraná:
- – Sustentabilidade: Desenvolver técnicas e tecnologias que permitam uma produção mais sustentável, com redução da dependência de insumos químicos e menor impacto ambiental;
- – Eficiência de Manejo: Investir em práticas de manejo eficientes que reduzam os custos variáveis de produção;
- – Adaptação Climática: Priorizar a pesquisa para o desenvolvimento de cultivares adaptadas a novas realidades climáticas;
- – Tecnologias Digitais: Promover a adoção de tecnologias digitais na agricultura, como o uso de drones e agricultura de precisão, para aumentar a eficiência da produção;
- – Qualidade Fitossanitária: Investir na produção de material propagativo de qualidade fitossanitária;
– Apoio à Agricultura Familiar: Oferecer suporte específico para agricultores familiares que adotam práticas orgânicas e agroecológicas e promover a capacitação e formação de produtores de menor escala.
– Parcerias Estratégicas: Fortalecer parcerias com instituições renomadas, como a Embrapa, universidades e empresas privadas, para desenvolver projetos específicos e obter recursos;
– Valorização e Agregação de Valor: Promover estratégias para agregar valor ao produto final, como vendas conjuntas e criação de embalagens práticas.
DESAFIOS E OORTUNIDADES – A olericultura no Estado, embora enfrentando reduções na área cultivada em certos segmentos, mostra sinais de adaptação e potencial de crescimento, especialmente nas culturas de folhosas. A análise do período de 2012 a 2022 revela um setor em transformação, com aumentos significativos no Valor Bruto da Produção (VBP) em algumas áreas, apesar dos desafios gerais de produtividade e valorização econômica.
Os pontos de convergência identificados, como a predominância da produção familiar e a crescente demanda por práticas agroecológicas, sinalizam uma oportunidade para fortalecer a olericultura através da assistência técnica regionalizada, diversificação de cultivos e investimentos em sustentabilidade agrícola, apontou Sergio José Alves, gerente de inovação do IDR-Paraná, durante sua apresentação do cenário atual no Estado.
Esse encontro assegura o futuro da olericultura no Paraná, é essencial que as prioridades de pesquisa e desenvolvimento sejam implementadas de maneira colaborativa, unindo esforços de produtores, instituições de pesquisa, setor privado e governo. Investir na modernização sustentável da produção, na capacitação dos agricultores e na melhoria da comercialização são passos cruciais para aumentar a produtividade, a sustentabilidade e a rentabilidade da olericultura paranaense.
A promoção de práticas inovadoras e sustentáveis, juntamente com o apoio ao desenvolvimento de mercados locais e a atração de jovens agricultores, são estratégias chave para revitalizar o setor e garantir sua contribuição duradoura para a economia rural e a segurança alimentar no Paraná.