IDR-PARANÁ E PROJETO AISA IMPULSIONAM CONSERVAÇÃO DE SOLO E ÁGUA

Redação com informações do IDR-Paraná

Ação conjunta com Itaipu e instituições parceiras fortalece a agricultura conservacionista no estado e os resultados serão apresentados em Foz do Iguaçu nesta semana.

A região sul do Mato Grosso Sul e parte do estado do Paraná se transformaram nos últimos quatro anos em um laboratório a céu aberto para investigações sobre os tipos de solos, seus usos para atividades agropecuárias e suas relações com água, clima e florestas. As pesquisas fazem parte do programa Ação Integrada de Água e Solo (Aisa). Os resultados preliminares deste programa estão sendo apresentados no II Workshop Aisa, nesta terça e quarta-feira (8 e 9) em Foz do Iguaçu.

Com trajetória lastreada na permanente busca pela inovação e sustentabilidade no meio rural, o IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater) tem consolidada na sua história uma intensa dedicação a ações e projetos integrados de manejo e conservação do solo e da água.  Nesse sentido firmou parceria com a Aisa, capitaneada pela Itaipu Binacional e que ainda reúne como parceiros a Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento), a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), ligada à USP (Universidade de São Paulo) e a Faped (Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento).

Criado para enfrentar desafios ambientais em regiões que compõem a área de contribuição hídrica do reservatório de Itaipu — abrangendo 228 municípios no Paraná e Mato Grosso do Sul — o Aisa se consolidou como uma plataforma multidisciplinar de produção de conhecimento, desenvolvimento tecnológico, planejamento territorial e assistência técnica voltada à conservação do solo e da água.

“Nossa atuação no Aisa tem permitido trabalhar de forma integrada com instituições de excelência, em um ambiente colaborativo em que o conhecimento técnico realmente chega ao produtor”, destaca Pedro Antonio Martins Auler, gerente de pesquisa do IDR-Paraná.

Apoiado em sua capilaridade e presença técnica em todos os municípios do estado, o IDR-Paraná contribui com ações práticas e diagnósticos técnicos que potencializam e complementam o trabalho desenvolvido pelas instituições parceiras. A participação do Instituto envolve 11 projetos, todos com ênfase em sistemas produtivos sustentáveis, recuperação ambiental e qualificação do uso da terra.

Entre os principais eixos de atuação do IDR-Paraná estão o manejo da fertilidade do solo, o uso eficiente de dejetos animais como fertilizantes em lavouras e pastagens, e o incentivo à adoção de práticas como a rotação de culturas e o SPDH (Sistema de Plantio Direto de Hortaliças), que reduz a exposição do solo e favorece sua estrutura física e biológica. Pesquisadores e extensionistas do instituto também têm atuado no apoio à diversificação da produção nas propriedades, como a introdução de fruticultura e piscicultura em estabelecimentos familiares, com o objetivo de ampliar as opções de renda aos produtores.

Os profissionais do IDR-Paraná desenvolvem várias ações na área de abrangência do projeto. Pesquisadores e extensionistas levam aos produtores o conhecimento necessário para que eles possam aumentar a eficiência no uso de dejetos animais nas áreas de lavouras e pastagens ou adotem novas práticas que garantem maior equilíbrio ao solo. Produtores que tradicionalmente lidam com a pecuária leiteira estão sendo orientados para aumentar a produtividade de seu rebanho. Inovações como o monitoramento agrometeorológico e o acompanhamento da presença de sedimentos em rios e lagos chegam aos produtores por meio do IDR-Paraná e são ferramentas importantes para que a produção agropecuária se torne viável, sem comprometer os recursos naturais.

Além das ações diretas no campo, o IDR-Paraná também tem investido na formação continuada de seus técnicos, em parceria com a Embrapa e a Esalq. Os treinamentos envolvem o uso de mapas digitais de solo, interpretação de dados hidrológicos e aplicação de modelos de gestão ambiental. O objetivo é fortalecer a ponte entre ciência e prática, ampliando a capacidade de resposta da agricultura frente a eventos climáticos extremos e à degradação ambiental.

No contexto mais amplo do Aisa, as ações locais se somam a pesquisas que investigam o comportamento da água no solo, o impacto das práticas agrícolas na qualidade dos rios e a relação entre uso da terra e produção hídrica. São estudos realizados por diferentes instituições parceiras, cada uma com sua especialidade, que geram um banco de dados inédito sobre solos, clima, vegetação nativa, hidrologia e produção agropecuária.

“Sabemos que a conservação do solo e da água é um desafio coletivo, que exige planejamento, conhecimento técnico e presença territorial”, afirma Auler. “Os resultados parciais já indicam avanços importantes para a sustentabilidade da agricultura no Paraná e na região de influência do reservatório de Itaipu”, ele conclui.

Com a participação no AISA, o IDR-Paraná combina a urgência de difundir conhecimentos a respeito da agropecuária mais sustentável com sua missão de prestar serviço integrado de pesquisa e experimentação agrícola, oferecendo assistência técnica e extensão rural, fomentando e expandindo a agroecologia para a produção de alimentos. A parceria firmada com outras instituições consolida uma ação multidisciplinar voltada à segurança hídrica e conservação do solo e água, além de qualificar recursos humanos e subsidiar cientificamente a elaboração de políticas públicas no estado.

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