Todas as instituições financeiras com mais de 500 mil clientes foram obrigadas a aderir ao novo sistema do BC.
Ainda que o sistema tenha sido desenvolvido pelo Banco Central, tanto o cadastro, quanto as transações, serão feitos por meio da instituição financeira na qual o cliente já tem relacionamento – ou vier a ter. Basicamente, o Pix vai ser uma funcionalidade a mais dentro dos canais do banco, uma nova opção no menu do app ou internet banking.
Grandes bancos já tinham iniciado o processo de inclusão dos clientes no sistema por meio de um pré-cadastro, no qual os correntistas confirmavam o interesse em usar o Pix. Mas a partir desta segunda-feira, todas as instituições financeiras com mais de 500 mil clientes devem iniciar o cadastro oficial no sistema.
O procedimento pode variar entre elas, mas de acordo com as informações passadas pelos cinco maiores bancos do país ao InfoMoney durante a fase de pré-cadastro, no cadastro o cliente confirma à instituição que quer fazer parte do Pix e define a sua chave Pix – que pode ser um e-mail, CPF, telefone ou chave aleatória – que vai passar a identificar sua conta no sistema.
O sistema começa a funcionar de forma restrita no dia 3 de novembro e entra em pleno funcionamento no dia 16 de novembro, segundo o Banco Central.
Gustavo Cunha, especialista em inovações para o mercado financeiro, diz que o Pix pode ser entendido como uma TED ou um DOC turbinados. “É uma forma de pagar e receber sem a necessidade dos vários intermediários que hoje temos nos arranjos com cartões de débito e crédito – e tudo isso de forma instantânea, segura, ágil e mais barata do que as opções que temos hoje”, afirma.
Na prática, acrescenta Cunha, o lojista não vai precisar mais da maquininha, as pessoas físicas vão fazer um Pix para amigos ou familiares de graça, sem precisar pagar pela TED e não haverá mais a necessidade de carregar um cartão físico para fazer pagamentos.
“Seu celular será a forma de transferir e receber dinheiro. Muitas outras funcionalidades que já existem em outros países que implementaram pagamentos instantâneos serão possíveis no Brasil com o Pix. Junto com o open banking [sistema que vai tornar os clientes donos dos seus dados bancários], o Pix vai colocar o Brasil novamente na lista dos países que lideram a inovação no mercado financeiro”, afirma Cunha.