Foto: André Salamucha / Adriana Mathias com informações do G1 PR |
Quinze pessoas foram presas na manhã desta segunda-feira (20) em uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que investiga fraudes em licitações e pagamentos por serviços que não foram prestados envolvendo a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar).
O alvo da ação são servidores da Sanepar e empresários, de acordo com o Ministério Público do Paraná (MP-PR).
A operação, batizada de “Ductos”, cumpriu 15 mandados de prisão temporária e 50 ordens de busca e apreensão emitidas pela 1ª Vara Criminal de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná.
Até o fim da tarde desta segunda-feira, um mandado de prisão ainda não havia sido cumprido pelo Gaeco.
Segundo o MP-PR os mandados foram cumpridos em Ponta Grossa, Telêmaco Borba, Cornélio Procópio, Santo Antônio da Platina e Curitiba.
As buscas aconteceram em 37 casas de investigados e 13 empresas. Segundo o Gaeco, houve mandados de busca em sedes da Sanepar.
Ao todo, segundo o MP-PR, a operação também inclui o bloqueio de bens de 22 pessoas e empresas.
O MP-PR não informou quantos dos alvos são funcionários da companhia e quantos são empresários.
Investigações
Segundo o Ministério Público, as investigações começaram em 2018 e apontam que houve benefício ilegal a empresas, mediante o pagamento de propina a servidores da Sanepar.
Uma das empresas investigadas é apontada pelo MP como a principal beneficiada pelo esquema. Segundo o Ministério Público, esta empresa organizava o pagamento de propinas aos servidores.
As investigações apontam que servidores faziam medições falsas e não fiscalizavam o cumprimento de contratos de empresas contratadas pela companhia.
Os promotores suspeitam que empresas organizavam entre si o resultado de processos licitatórios, a partir do acesso a informações internas da Sanepar.
“As empresas combinavam o valor a ser oferecido e a empresa escolhida apresentava uma proposta com valor cerca de 2% mais baixo, para vencer a licitação”, afirmou a promotora do MP-PR, Fernanda Basso Silvério.
Também há indícios de que os empresários envolvidos criaram empresas apenas para viabilizar o pagamento das propinas.
Os crimes investigados são fraude a licitação, peculato, lavagem de dinheiro e corrupção por meio de organização ou associação criminosa, além de falsidade documental.
O que diz a Sanepar
A Sanepar informou que está disponibilizando todas as informações e franqueando o acesso a todas as unidades, documentos e equipamentos ao Gaeco.
A companhia informou que aguarda o resultado das investigações para proceder também as medidas administrativas cabíveis.
Segundo a Sanepar, os funcionários envolvidos na operação foram afastados e, internamente, a empresa tomará providências para apurar os fatos e possíveis condutas de empregados e fornecedores.
A diretoria da empresa afirmou que está comprometida com medidas de probidade e reitera apoio irrestrito à investigação e se coloca como parte interessada.