
Redação com informações/Foto: Divulgação
Em mais uma demonstração de sua liderança espiritual e humanitária, o Papa Francisco sempre reforçava o seu apelo global pela promoção da paz, pelo fim do ódio e pela superação de todas as formas de preconceito. Durante suas mensagens no Vaticano, o Pontífice destacava a necessidade urgente de uma cultura baseada no respeito, no diálogo e na fraternidade entre os povos.
“Não podemos mais tolerar divisões, hostilidades ou discriminações. O mundo precisa de pontes, não de muros”, afirmava o Papa diante de milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro.
O líder da Igreja Católica também fez referência à importância da educação para a paz desde a infância, defendendo que o ensinamento da tolerância e da aceitação da diversidade é fundamental para construir um futuro mais justo e solidário. “O preconceito nasce do medo e da ignorância. Devemos escolher o caminho da luz, da escuta e da compreensão”.
A morte de Papa Francisco marca o encerramento de uma das fases mais humanas e transformadoras da história recente da Igreja Católica. Primeiro pontífice latino-americano, Jorge Mario Bergoglio assumiu o trono de Pedro em 2013 trazendo consigo a simplicidade das ruas de Buenos Aires e um firme compromisso com os pobres, os marginalizados e a construção de uma Igreja em saída.
Desde sua escolha do nome — Francisco, em referência ao santo de Assis — até suas ações concretas, tudo nele falava de coerência entre palavra e gesto. Em um mundo marcado por desigualdades e conflitos, Francisco não teve medo de denunciar a indiferença global, o acúmulo de riquezas, o descuido com o meio ambiente e o sofrimento dos refugiados. Preferiu uma Igreja que se envolve, mesmo que isso signifique se “sujar” na missão, a uma instituição acomodada em sua zona de conforto.
Durante seu pontificado, ele enfrentou com coragem escândalos internos, buscou maior transparência na administração do Vaticano, promoveu a escuta dos leigos e defendeu um modelo sinodal de Igreja — mais participativo e menos hierarquizado. Sua mensagem, fundamentada na misericórdia, acolheu os que historicamente foram deixados à margem: divorciados, homossexuais, pobres e povos indígenas.
No Brasil, sua visita à favela de Varginha, no Rio de Janeiro, durante a Jornada Mundial da Juventude, simbolizou sua opção preferencial pelos excluídos. A imagem daquele papa que abraçava crianças, conversava com trabalhadores e dispensava protocolos conquistou o coração do povo brasileiro.
Francisco não buscou ser um papa popular, mas foi, porque comunicava com verdade. Suas homilias simples e suas falas diretas, muitas vezes improvisadas, tocavam almas porque vinham do coração. Ele acreditava em uma Igreja missionária, pobre para os pobres, aberta ao diálogo com todas as religiões e culturas.
Sua morte nos convida a revisitar seus ensinamentos e, mais do que isso, a colocá-los em prática. O mundo perde uma referência ética, espiritual e humana. Mas o legado de Francisco permanece: uma Igreja com cheiro de povo, sensível às dores do mundo e guiada pelo amor, um exemplo a ser seguido por seus ensinamentos.