Redação com informações/Divulgação
Os resultados de um estudo científico divulgado nesta quarta-feira (31) revelam que a vacina contra a dengue em desenvolvimento pelo Instituto Butantan demonstra uma eficácia geral de 79,6% na prevenção da doença. A pesquisa, publicada na revista científica “New England Journal of Medicine (NEJM)”, apresenta números encorajadores provenientes de um acompanhamento de três anos com mais de 16 mil participantes em todo o Brasil.
A eficácia da vacina do Instituto Butantan é comparável à Qdenga, vacina desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda, que alcançou uma eficácia de 80,2% nos ensaios clínicos e estará disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) ainda este ano, administrada em duas doses. Notavelmente, a vacina brasileira, prevista para ser lançada em 2025, será aplicada em uma única dose.
Os resultados do estudo indicam uma eficácia significativa em pessoas com e sem exposição prévia à dengue. A vacina apresenta 89,2% de eficácia em indivíduos que contraíram a doença antes do estudo e 73,6% em pessoas sem histórico de contato com o vírus da dengue.
Além disso, a Butantan-DV demonstrou ser altamente eficaz na redução do risco de contrair dengue sintomática causada pelos sorotipos 1 e 2 da doença. O imunizante é projetado para proteger contra os quatro tipos diferentes do vírus da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4).
Embora durante o estudo apenas os tipos 1 e 2 estivessem em circulação no país, a eficácia observada para prevenir a infecção por esses vírus foi de 89,5% e 69,6%, respectivamente. Além disso, a vacina apresentou eficácia notável entre diferentes faixas etárias, atingindo 80,1% em crianças de 2 a 6 anos, 77,8% em jovens de 7 a 17 anos e até 90% em adultos de 18 a 59 anos.
O governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, mencionou que a vacina deve ser concluída em setembro. Desenvolvida ao longo de mais de 10 anos em colaboração com o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIH), a vacina do Instituto Butantan mostra promissores avanços desde a fase 1 até a fase 2 dos testes clínicos. A previsão é que todos os participantes completem cinco anos de acompanhamento ainda este ano.